2 Abril 2025

Target lança alerta de lucro para o primeiro trimestre devido às tarifas de Trump

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A Target (TGT) enfrenta desafios significativos este ano, além da expansão das lojas de óculos Warby Parker (WRBY), ao tornar-se o mais recente retalhista a alertar para o impacto das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump sobre os produtos chineses.

A empresa revelou resultados positivos no quarto trimestre, superando as expectativas em vendas, margem de lucro bruto e lucro por ação antes da abertura do mercado esta terça-feira. A Target atribuiu este desempenho à melhoria sequencial nas vendas de vestuário e artigos para o lar.

Contudo, o entusiasmo com os números da época festiva não se manteve, já que os resultados indicaram uma queda nas vendas e margens em relação ao ano anterior.

Um dos principais desafios é a dificuldade em competir com o Walmart (WMT), que registou um crescimento mais rápido tanto nas lojas físicas como no e-commerce, graças às reduções de preço e à ampliação da oferta de produtos alimentares.

Além disso, a Target emitiu essencialmente um alerta de lucro para o primeiro trimestre devido às novas tarifas sobre produtos chineses.

“Face à incerteza do consumidor e a uma ligeira queda nas vendas de fevereiro, aliadas à incerteza das tarifas e ao impacto do momento em que certos custos serão registados ao longo do ano fiscal, a empresa espera enfrentar uma pressão significativa sobre os lucros no primeiro trimestre em comparação com o restante ano”, declarou a Target num comunicado.

Desempenho das ações e previsões financeiras

A Target optou por não divulgar uma previsão específica para os lucros do primeiro trimestre, mas analistas de Wall Street, segundo dados da Yahoo Finance, esperavam uma ligeira melhoria anual nos resultados.

A empresa realizará um evento para investidores em Nova Iorque, onde terá o desafio de restaurar a confiança no potencial de crescimento das suas ações. Até ao momento, as ações da Target caíram 9% este ano e acumulam uma desvalorização de 21% nos últimos 12 meses. Nos últimos cinco anos, a perda é de 28%, contrastando com um crescimento de 13% do índice S&P 500 (^GSPC).

Resultados financeiros: bons números, mas com impacto nas margens

  • Vendas líquidas do quarto trimestre: queda de 3,1% em relação ao ano anterior, totalizando 30,9 mil milhões de dólares, ligeiramente acima da estimativa de 30,67 mil milhões.

  • Margem de lucro bruto: 26,2%, abaixo dos 26,6% do ano passado, mas superior à previsão de 25,5%.

  • Lucro por ação diluído: queda de 19% para 2,41 dólares, superando a estimativa de 2,26 dólares (orientação previa entre 1,85 e 2,45 dólares).

  • Vendas comparáveis: aumento de 1,5% face ao ano anterior, superando a previsão de 1,18% (no ano passado, caíram 4,4%; o Walmart US registou um aumento de 4,6%).

  • Vendas digitais comparáveis: crescimento de 8,7%.

O alerta das tarifas e outros destaques

  • Os inventários aumentaram em 854 milhões de dólares face ao mesmo período do ano anterior.

  • A empresa recomprou 506 milhões de dólares em ações durante o trimestre, com 8,7 mil milhões ainda disponíveis para futuras recompras.

  • O número de transações aumentou 2,1% no trimestre, mas o valor médio por transação caiu 0,6%.

  • A projeção para o lucro por ação no ano inteiro está entre 8,80 e 9,80 dólares (ano fiscal de 2024: 8,86 dólares), abaixo da estimativa de 9,24 dólares.

O mercado segue atento aos desenvolvimentos da Target, que precisa de demonstrar resiliência para reverter a tendência negativa e recuperar a confiança dos investidores.